Paûl Lehan. Filho de cortesãos locais, apaixonado por música, literatura e leis, atuando há bons anos como burocrata da Corte Estrela de Lua Argêntea, O causídico-bardo Paûl encontra-se satisfeito em seu habitat natural, cercado de formulários e termos. Ainda com seus afazeres acadêmicos, Paûl prossegue com seus estudos na academia de Fochlucan, terminando sua aula com seu mestre predileto, Senhor Evendur, um louco sábio, dos últimos compositores de Viela de Roda da cidade. Apesar de terem estilos de vida completamente diferentes, os dois se entretém em conversas sobre os mais diversos assuntos. Perdidos em conversas de morais, filosofia e musica, seu mestre lentamente decai em um monólogo: “As notas que tocamos não são apenas arte, são liberdade. E não temos nada senão liberdade. Não temos nada para dar senão a mesma. Não temos lei ou julgamento divino senão nosso desejo de agir uns para com os outros em espírito de fraternidade.” As palavras ecoaram na mente de jovem Lehan. Sempre preso as regras, aficionado por leis, policias e normas, vestido para matar. Mas ainda assim essa frase fazia tanto sentido para ele. Mas muito provavelmente não pelas razões que seu mestre esperava. A arte emerge do homem inevitavelmente. Sua liberdade é sua própria cela. O Ser não tem escolha senão fundar suas próprias leis, sendo que essas emergem da quintessencial da existência. Pouco sabia seu Evendur, mas ele havia disparado Lehan num caminho da fascinio sem volta. Uma paixão eterna por regras e governos emergentes do vácuo. Uma demonstração de que contratos e seus trâmites não são artifícios da civilização, mas sim a forma mais primitiva de concepção social. Paûl buscou nas bibliotecas de Lua Argêntea em busca de conhecimentos, mas é improvável que a magocracia da cidade estaria interessada em produzir tais arquivos. Após dias de pesquisa sem frutos, tocando sua Viela, um pensamento emergiu na mente do jovem cortesão. “Aventureiros!”. Os mesmos que causam tantos problemas e os resolvem. Os mesmos que passavam pela academia aparentemente sem rumo. Esses eram exatamente o que buscava. Uma forma de governo emergida da ausência de um rei ou autarquia, distantes de qualquer civilização, nos cantos mais inóspitos de Faerûn, esse regiam sobre si em harmonia, movidos por um objetivo em comum e pelo desejo coletivo. Muitas vezes obtendo mais riqueza que aqueles que de cidades. Esse foi o gatilho para que fizesse suas malas e abandonasse a academia. Essa é uma pesquisa que só pode ser feita em campo. Em busca da prova daquilo que já tinha certeza, a Ordem é inevitável.